terça-feira, novembro 14, 2006

O Bom, o Estúpido e os Jacús



Mais um dia interessante em Jacú City, a cidade onde tudo acontece.

Todos conhecem ou deveriam conhecer a avenida JK, aquela da catedral, dos Santos Anjos e do Expresso. Todos sabem ou deveriam saber que a faixa da direita do lado da catedral, sentido centro, é uma faixa exclusiva para circulação de ônibus. Todos compreendem, ou deveriam compreender que o significado da palavra exclusivo é 'ninguém exceto o ônibus pode circular'. Então, porque alguns motoristas de Jacú City insistem em ignorar veementemente o tal aviso? Talvez esta história (ou será estória, devia perguntar pro David) ajude a responder a esta questão.
Todos os que conhecem um pouco da cultura Jacú sabem, ou deveriam saber, que Jacú não respeita nada nem ninguém, exceto o próprio falo (carro). Pois vinha eu, como nos últimos quatro anos, em direção à UNICÚ, utilizando-me do sistema integrado de transporte coletivo urbano de Jacú City quando, na altura do segundo sinaleiro da JK (que em trezentos metros têm três sinaleiros), dizia eu, nosso alegre busão, vindo em velocidade moderada quando a faixa do centro parou. Um Jacú, utilizando-se de seu falo (carro), um Gol cinza ou prateado, resolveu que parar não era uma atitude digna de um autêntico Jacú. Resolveu agir como um imbecil, aliás, como qualquer imbecil faz ou deveria fazer: cortou a frente do zarco e causou um acidente.
Aqui entra o Bom da história. O motorista do ônibus conseguiu parar antes de causar um acidente que poderia ter destruído três ou quatro falos (carros). O Estúpido, nosso segundo personagem, obviamente agiu como qualquer Jacú agiria, ou deveria agir: fugiu, vazou, foi embora. Uma senhora dentro do ônibus não conseguiu se segurar e machucou o braço na queda. O motorista, mais uma vez, em vez de prosseguir a viagem, como qualquer Jacú faria ou deveria fazer, agiu como um ser humano: chamou a ambulância e esperou o socorro. Veio uma viatura da polícia.
Agora vem a parte mais interessante da história. Enquanto nossos nobres policiais, que não eram da cidade, e não sabiam nem mesmo onde estavam, discutiam, o Estúpido fugiu. Não sabiam nem mesmo onde era o Hospital mais próximo, embora existam dois num raio de um quilômetro.
A que conclusão chegamos ao final deste singelo conto?
1) Ser Jacú nesta cidade vale muito a pena;
2) Os que deveriam inibir o comportamento Jacú não sabem nem mesmo onde fica o hospital;
3) Ainda existem pessoas que, como o motorista do ônibus, mantiveram uma educação e uma atitude frente aos problemas da vida que os capacita para manter funcionando uma sociedade que, a cada dia que passa, se torna, ou deveria se tornar, mais e mais Jacú.

1 comentário:

Anónimo disse...

É! Nada como morar em Jacú City!
Sempre coisas assim pra fazer nosso dia mais agradável!! haha