quinta-feira, dezembro 14, 2006

Jacú Nation - Cada país têm os representantes que merece



A melhor saída para o Brasil é(ra) o aeroporto.
[Agora até a classe que anda de avião sabe o que é transporte público]
Os presidentes da Câmara e do Senado decidiram assinar um ato conjunto aumentando o salário dos parlamentares para R$ 24,5 mil, equiparando o valor ao teto do Judiciário. Com isso, os salários dos deputados e senadores terão um reajuste de quase 100%. Atualmente o salário é de R$ 12.847,00. O novo salário entrará em vigor em 1º de fevereiro de 2007, quando inicia-se a nova legislatura. (Fonte jAcú Notícia - 14-12-2006).

Sem comentários.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu hoje que ficou difícil para o governo recuar na proposta de aumento de salário mínimo em 2007 de R$ 375, previsto no projeto de Orçamento de 2007. O ministro, no entanto, disse que sua posição continua sendo de um reajuste que elevasse o mínimo para R$ 367. "Ficou difícil voltar atrás, mas eu sustento que o certo é R$ 367", disse. (Fonte jAcú Notícia - 12-12-2006)

Sem comentários.

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Mais uma do Belmonte - Conto de Natal




A preguiça acadêmica pós fim de curso me aflige. Como não estou a fim de escrever, vou usar mais um texto de nosso nobre colunista Belmonte que, se fosse vivo, teria muito trabalho em Jacú City. Esta história poderia ter se passado em qualquer lugar.

Conto de Natal

Era um garoto de 15 anos. Pobre. Educado, naturalmente, de um modo um tanto precário, o que não impediu que os seus sentimentos mais nobres deixassem de desenvolver-se, fazendo dele o que se costuma chamar “um menino bom”.
Nessa idade, e nessas condições, a cultura do garoto era sumaríssima, não indo além, talvez, das primeiras letras. Natural, portanto, que ele não fosse versado em economia política, nem em finanças, nem em problemas monetários. Mas, se os conhecimentos teóricos dessas profundas questões não lhe davam a autoridade de um Leroy Beaulieu, o rapazinho tinha a intuição inata dessas matérias graves. E assim sendo, foi com certo pasmo que percebeu, nos guardados do seu pai, um maço de notas embolorando-se num baú, com sério risco para a economia nacional.
Sabendo, por intuição, que o dinheiro foi feito para circular, e vendo que aqueles oitocentos mil réis jáziam ali, numa inutilidade criminosa, o garoto lembrou-se ainda de muitas coisas que lhe ensinaram, entre as quais a de que nós, na terra, devemos ajudar-nos uns aos outros.
— Meu filho! Nós sempre devemos ser bons! A caridade é uma das mais nobres virtudes humanas! Seja caridoso que será feliz!
O rapazelho tocou o maço de notas. Para que servia esse dinheiro, estagnado ali, no fundo de um baú, quando lá fora tanta gente sofria, sem um teto e sem uma côdea de pão?
E o estranho menino não pensou mais. Estendeu o braço empolgou a maquia, enfiou-a no bolso e saiu para a rua.
Andou um pouco, até parar à porta de um grande circo. Aí, depois do deslumbrar-se com os cartazes multicores e multiformes, deu com o olhar, de súbito, num menino magro e maltrapilho que também sorria, enlevado, para o esplendor fantasmagórico do pavilhão policrômico, esquecido da sua penúria.
Aproximou-se dele. Conversaram. O aspecto miserando desse pária precoce, sensibilizou a alma do rapazinho bom que tinha oitocentos mil réis no bolso.
— Você tem pais?
— Tenho mãe.
— Por que anda assim esfarrapado e triste?
— Minha mãe é pobre. Não pode comprar roupas para mim. Às vezes, nem sequer pode comprar comida para nós...
— Venha comigo.
Seguiram juntos, rua abaixo, em silêncio, meditativos. Pouco adiante, pararam, em frente a um belchior.
— Vamos entrar.
Lá dentro, o menino dos oitocentos mil réis, com a alma iluminada de júbilo, pediu ao adelo uma farpela nova para o companheiro esfarrapado. E além da roupa, um chapéu. E camisa. E um par de meias. E sapatos...
Minutos depois, radiantes de incontida satisfação, os dois amigos saíram. O menino miserável, dentro de sua roupa nova, elegante e limpo, contemplou o seu extraordinário benfeitor, sem balbuciar uma palavra, mas falando pelos olhos que brilhavam, e agradecendo mudamente, com a linguagem silenciosa das crianças, a dádiva maravilhosa que lhe vinha dos céus por intermédio daquele menino bom.
— Você ganha brinquedos no Natal?
— Eu? Vejo os brinquedos dos outros...
Entraram numa loja. O menino dos oitocentos mil réis comprou uma porção de brinquedos para o menino miserável. Era um dia de sonho. Um dia de conto de fadas.
— Compre mais! Você não tem irmãos?
— Tenho.
— Pois leve brinquedos para eles!
O menino miserável sorria. O outro pagava, sorrindo também, imensamente feliz por estar fazendo a felicidade do companheiro.
— Que lindo Natal nós vamos passar! Como a vida é bonita! Como Deus se lembrou de mim e dos meus irmãozinhos infelizes!
* * *
Esse foi o fato que aconteceu anteontem. É uma história real que os jornais noticiaram.
Mas a vida não é, exatamente, um conto de fadas. Foi por isso que, quando os dois meninos saíam de uma confeitaria, um “grilo” prendeu-os e levou-os à Central, onde um delegado carrancudo lhes passou terrível reprimenda.
No dia seguinte foram ambos entregues aos pais, e o menino bom, de calça arreada, levou uma surra de criar bicho!
Coisas da vida... O crime de ser bom...

quarta-feira, novembro 29, 2006

Uma homenagem a Belmonte que, se fosse vivo, teria muito o que escrever sobre Jacú City




BENEDITO CARNEIRO BASTOS BARRETO, aliás, BELMONTE, nasceu na cidade de São Paulo em 1896. Paulista e paulistano da gema, aqui mesmo faleceu em 1947, antecedendo em um ano no Parnaso a chegada de Monteiro Lobato, a cujas criações infantis dera corpo e forma.
Suas caricaturas apareciam regularmente em Cigarra, Verde e Amarelo, Kosmos, Vida Paulista, Queixoso, Frou-Frou, O Cruzeiro, Folha da Manhã e, no exterior, em Judge (USA), Caras y Caretas (Argentina), ABC (Portugal), Le Rire (França), Kladeradatsch (Alemanha).
As crônicas e charges que publicou no período que antecedeu a II Guerra Mundial, premonitórias. As que criou durante a Guerra, granjearam-lhe protestos oficiais do Japão e da Alemanha... E olha que vivíamos em “Estado Novo” — mas esta ditadura, por sinal, nunca despertou em Belmonte nem a auto-censura, nem simpatias...

Um dos artigos de Belmonte

“Gleichschaltung”...

“Gleichschaltung” é um neologismo criado pelos hitleristas, sem equivalente em nenhuma outra língua, para indicar o movimento histórico do nacional-socialismo no sentido de estandardizar a mentalidade alemã na ideologia racista. Ou, como explica o sr. Goebbels, ministro da propaganda, “é a transformação nacional-socialista do Estado, do partido e de todas as associações, o desenho dos primeiros contornos de uma situação que será, um dia, a situação normal da Alemanha quando não houver mais que uma opinião, um só partido e uma só convicção”.
Embora a Alemanha se encontre na Europa, hoje, em condições dramáticas, arrasada materialmente pelo Tratado de Versalhes — o que, até certo ponto, justifica esse impressionante movimento de união interna para a defesa comum contra os perigos que a cercam de todos os lados — ainda assim parece difícil que o nacional-socialismo consiga esse objetivo temerário antes de duas ou três gerações. Mesmo assim, já a Alemanha poderá vangloriar-se de ter realizado uma áfrica, porque nós, nestas terras morenas onde a jandaia canta nas copas da carnaúba, ainda teremos que passar uma vidinha bem apertada durante quatro gerações — segundo a opinião abalizada do sr. Juarez Távora. Todavia, como quatro gerações são gerações de mais, e como o povo brasileiro não terá paciência de esperar tanto tempo para sair do buraco em que o meteram os salvadores da pátria, pensa-se em instituir por estas bandas um governo forte, afim de que não haja um suicídio coletivo de quarenta milhões de encalacrados. E, para que não haja queixas e reclamações da parte dos aflitos, a força desse governo que nos prometem consistirá em realizar a “gleichschaltung” cabocla, de jeito que todos os quarenta milhões de encalacrados pensem que não são encalacrados ou, se o pensarem, que não digam nada.
À primeira vista, parece impossível a realização de tão impressionante empreitada. Mas, bem analisadas as condições em que ela se fará, ver-se-á que não há nada tão simples. Tudo dependerá da força desse governo.
É evidente que não me refiro à sua força material ou mesmo política. O de que se faz mister neste angustioso transe, não é um homem que possua, ao alcance de uma ordem, todas as forças de terra e mar. Nem mesmo um homem que tenha ao seu dispor todas as forças políticas de país. O de que se precisa, para a estandardização da opinião e da convicção brasileiras, é de um homem que possua forças ocultas — um hipnotizador, por exemplo. Ora, homens desse gênero não nos faltam. Que se invista, pois, um desses magos, de poderes discricionários, para que ele, lançando do Catete, sobre o vasto território brasileiro, os seus fluidos magnéticos, exclame a todos nós:
— Brasileiros! Nunca vereis país nenhum como este! Olhai que céu, que mar, que rios, que florestas! As quatro gerações foram uma blague do Juarez! Os “déficits” alucinantes são intrigas da oposição! O desbarato de doze milhões de contos é pilhéria do Cincinato! O negócio da banha é calúnia do Hermes Cossio! O país nada em ouro! O comércio navega em ouro! A indústria dorme sobre ouro! O povo come ouro! A Inglaterra deve-nos alguns milhões de esterlinos mas vai pagar-nos! A Norte América deve-nos vários milhões de dólares e já nos está pagando!...
E assim por diante. Sob a ação hipnótica do ditador, todos nós exclamaríamos, em coro:
— Perdoemos as dívidas estrangeiras! Já temos ouro de mais! Não queremos mais nada.
E dessa forma, com um só pensamento, uma só convicção e um só ideal, o Brasil seria o Eldorado do mundo.
Salvo disposições em contrário — porque os nossos credores são difíceis de hipnotizar...

sábado, novembro 25, 2006

A pesquisa que não foi: alguns resultados preliminares



A principal causa dos problemas são as soluções.

As falhas de projeto andam sempre em grupos.

Para cada ação existe uma crítica igual e no sentido contrário.

Se tudo o mais falhar, siga as instruções.

O que importa é o nome que você dá aos fatos, não os fatos em si.

As pessoas aceitarão sua idéia muito mais facilmente se você disser a elas que quem a criou foi Albert Einstein (ou Marc loch, ou Michel Foulcault, ou Lucien Fevbre, ou...)

Independente do resultado de uma experiência, existirá sempre alguém querendo:
1. Interpretar a experiência incorretamente
2. Falsificar sua experiência ou
3. Acreditar que ela justifica a sua própria teoria.

Uma vez que um trabalho foi estragado, qualquer coisa feita para melhorá-lo vai torná-lo pior.

Uma determinada quantidade de pesquisa tende a suportar sua teoria.

Se os fatos não comprovam sua teoria, despreze-os.

segunda-feira, novembro 20, 2006

20/11 - Hoje é dia de entregar o TCE!

Alg(Uma)s imagens valem mais que mil palavras.

Agora só falta imprimir os agradecimentos.



Cadê o anexo III da página 114?



Acho que vamos precisar de uma espiral maior


Talvez até o fim de semana eu entregue as correções.



Algo me diz que a encadernação deste trabalho não está perfeita...



No fim das contas, vai tudo terminar em churrasco... de livros.

terça-feira, novembro 14, 2006

O Bom, o Estúpido e os Jacús



Mais um dia interessante em Jacú City, a cidade onde tudo acontece.

Todos conhecem ou deveriam conhecer a avenida JK, aquela da catedral, dos Santos Anjos e do Expresso. Todos sabem ou deveriam saber que a faixa da direita do lado da catedral, sentido centro, é uma faixa exclusiva para circulação de ônibus. Todos compreendem, ou deveriam compreender que o significado da palavra exclusivo é 'ninguém exceto o ônibus pode circular'. Então, porque alguns motoristas de Jacú City insistem em ignorar veementemente o tal aviso? Talvez esta história (ou será estória, devia perguntar pro David) ajude a responder a esta questão.
Todos os que conhecem um pouco da cultura Jacú sabem, ou deveriam saber, que Jacú não respeita nada nem ninguém, exceto o próprio falo (carro). Pois vinha eu, como nos últimos quatro anos, em direção à UNICÚ, utilizando-me do sistema integrado de transporte coletivo urbano de Jacú City quando, na altura do segundo sinaleiro da JK (que em trezentos metros têm três sinaleiros), dizia eu, nosso alegre busão, vindo em velocidade moderada quando a faixa do centro parou. Um Jacú, utilizando-se de seu falo (carro), um Gol cinza ou prateado, resolveu que parar não era uma atitude digna de um autêntico Jacú. Resolveu agir como um imbecil, aliás, como qualquer imbecil faz ou deveria fazer: cortou a frente do zarco e causou um acidente.
Aqui entra o Bom da história. O motorista do ônibus conseguiu parar antes de causar um acidente que poderia ter destruído três ou quatro falos (carros). O Estúpido, nosso segundo personagem, obviamente agiu como qualquer Jacú agiria, ou deveria agir: fugiu, vazou, foi embora. Uma senhora dentro do ônibus não conseguiu se segurar e machucou o braço na queda. O motorista, mais uma vez, em vez de prosseguir a viagem, como qualquer Jacú faria ou deveria fazer, agiu como um ser humano: chamou a ambulância e esperou o socorro. Veio uma viatura da polícia.
Agora vem a parte mais interessante da história. Enquanto nossos nobres policiais, que não eram da cidade, e não sabiam nem mesmo onde estavam, discutiam, o Estúpido fugiu. Não sabiam nem mesmo onde era o Hospital mais próximo, embora existam dois num raio de um quilômetro.
A que conclusão chegamos ao final deste singelo conto?
1) Ser Jacú nesta cidade vale muito a pena;
2) Os que deveriam inibir o comportamento Jacú não sabem nem mesmo onde fica o hospital;
3) Ainda existem pessoas que, como o motorista do ônibus, mantiveram uma educação e uma atitude frente aos problemas da vida que os capacita para manter funcionando uma sociedade que, a cada dia que passa, se torna, ou deveria se tornar, mais e mais Jacú.

sexta-feira, novembro 10, 2006

Uma semana para entrar na História





Esta semana têm sido fantástica aqui em Jacú City, em todos os sentidos.

Segunda Feira fomos liberados mais cedo da UNICÚ, por motivos... que não vale a pena comentar;
Terça Feira, bem, na terça vimos duas oficinas que, como de praxe, não eram oficinas e uma aula simulada. Tudo isso até as 10:30, como é usual, e com sete pessoas contadas na sala;
Quarta foi o ápice. Primeiro, o computador da professora deu pau e ela deu aula seguindo o plano B. Primeiro, toca o celular de um aluno. Reprovação geral, até mesmo da regente, e uma voz se ergue entre os alunos, que dizia: Jacúuuuuuuuuuuu.....


Quando todos pensaram que este foi um incidente isolado, eis que se ergue entre a classe um som diferente, agudo, chamativo. O celular da professora. O jacúuuuuuuuu se ergue novamente, e só silencia quando a professora avisa:
-Silêncio, estou falando com DEUS!
Diálogo imaginário entre a professora e DEUS, que por acaso também é reitor da UNICÚ:
- Alô, aqui quem fala é Deus!
-Deus, eu não posso atendê-lo agora, estou no meio de uma aula.
-Eu sei, afinal sou onisciente.
Quinta feira, bom, quinta não teve aula, mas nós fomos até Rio Negrinho em busca de mais subsídios para a pesquisa que não foi. Agora estamos cada vez mais perto do dossiê final contra as atividades de uma companhia que podia fazer artigos de papel, de uma localidade que podia se chamar de Fazenda Pernilongo, e cujo objetivo é criar na região um Estabelecimento Depositário da História.
Sexta está começando agora; sente a trilha sonora da biblioteca:
WHHHHHHHHHHHHHHHHHHIIIIIILLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL (Uma makita cortando mármore no banheiro)

PáPáPáPáPáPáPáPáPáPáPáPáPáPáPáPowPowPow
PáPáPáPáPáPáPáPáPáPáPáPáPáPáPáPáPáPáPáPáPáPáPáPáPá
PáPáPáPáPáPá (Um martelo batendo na parede do banheiro)
E tudo isto por apenas R$ 478,00 ao mês.
PowPowPowPow
PowPow
Pow
PowPow
Pow
PowPowPowPowPowPowPowPow.

quarta-feira, novembro 08, 2006

Crianças Afogadas em lago particular em São José, Jacu State



A desgraça do nosso estado é essa educação Jacú que estamos dando para as crianças.
O que elas foram fazer dentro de um sítio cercado, fora roubar goiabas e andar no pedalinho?
Quem dentre nós não sabe que não se pode entrar na propriedade dos outros sem convite ou permissão?
Isso minha mãe me ensinou.
O que é necessário para evitar que este tipo de coisa ocorra novamente? Cercar a propriedade com muros de três metros, eletrificado e com sentinelas?
A melhor cerca contra os perigos do mundo hoje em dia ainda é o conhecimento.
Educação podia ter salvo estas vidas.

sexta-feira, outubro 27, 2006

Por Que o Imhof não lê na Biblioteca?



Esta semana termina o Ciclo (opa, ciclo eu não posso falar, então é melhor usar a palavra momento) de debates realizado pela Unicú. Entre mortos e feridos, acho melhor não aparecer segunda feira por aqui...
Mas mudando de assunto, nós, frequentadores assíduos das dependências da gloriosa biblioteca da Unicú, como eu dizia, estranhamos uma declaração do sábio professor, estudioso e erudito A. Imhof, que declarou:

-Não há condição de se ler em paz naquela biblioteca!

Estranhando a situação, decidimos enviar nosso investigador à campo, e o que descobrimos em duas horas de atenta análise?

1)Os unicússitários adoram o som dos seus celulares! Pois é, a cada 5 minutos, era infalível, uma chamada.
2)Os unicússitários adoram que os outros saibam de seus preparativos para a festinha no final de semana, ou da doença da prima, ou mesmo de quem vai traçar até o fim do mês.

Veja o exemplo do diálogo abaixo, extraído de uma declaração pública em pleno Laboratório de Informática da Unicú:

-Pois é, Malville, anota aí, M A L V I L L E.
-(silêncio)
-Tô aqui no H, vê se chega logo, porra.
-(silêncio)
-Não, não vou sair agora; te ligo depois.

Cinco minutos depois, foi impressionante, o mesmo indivíduo começa a falar sozinho de novo:

-Cadê o F.D.P. do MALVILLE?
-(silêncio)
-A mãe dele o quê?
-(silêncio)
-Me espera aí embaixo, tô descendo, merda.

E desligou.

Conclusão: O celular é uma necessidade biológica de todo o Jacú, e um Jacú na faculdade continua sendo um Jacú.

Agora com licença, tenho que atender esta p.... de ligação.

quarta-feira, outubro 18, 2006

UNICÚ em ação: Universo Unicú e a pesquisa que não foi


O Universo Unicú cada dia mais se mostra em sua magnificência múltipla do conhecimento. Depois do resiliente, do hiperativo introspectivo e da máxima 'Pelo amor de Deus, eu não sou um professor, eu sou um cientista; eu não sei dar aula', surgem agora as primeiras impressões da grandiosa pesquisa feita em conjunto com toda a classe acerca de uma localidade em algum lugar de Jacú State, cujo nome poderia ser Fazenda Pernilongo, onde existe uma indústria que poderia fabricar artigos derivados da madeira e cuja facinante proposta inicial a estes acadêmicos unicussitários consistia em criar para esta localidade um estabelecimento depositário da história, a que poderíamos chamar de Estabelecimento Depositário da História.
Lá na fazenda Pernilongo, nossos bravos pesquisadores são acessorados por pessoas ligadas a dita empresa que poderia fabricar artigos derivados da madeira, que levou cerca de três meses para aprovar o projeto e outros dois para agilizar sua parte na proposta de pesquisa. O que era para ser feito em julho e agosto está sendo feito em setembro e outubro. E o que era para ser uma pesquisa que aprofundasse os conhecimentos dos unicussitários acerca do que é ser pesquisador transformou-se num instrumento de cobrança daqueles que se propuseram a fazer média com a empresa que poderia fabricar artigos derivados da madeira, pois um fracasso em sua proposta significaria perda de influência e de outros valores tão prezados no Universo UNICÚ, como vaidade e luta pelo poder intelectual.
No meio desta luta entre o que era para ser feito e o que será feito, o que tínhamos em mente e o que vai sair no final das contas, quem sai perdendo?
A empresa que poderia fabricar artigos derivados da madeira?
O povo de Fazenda Pernilongo, que não terá um Estabelecimento depositário da História à altura de suas aspirações?
Os cientistas, técnicos ou outros títulos que se colocam antes do nome próprio, e que indicam o grau de instrução do cidadão?
Oa unicussitários, que apresentarão mais um trabalho feito nas coxas, enrolando apenas para ganhar uma nota ao final, e poder se ver livre desta carga de cobranças sem contrapartida e da sensação de que, no final das contas, tudo ficou uma merda?
Cada um dá a resposta que for mais conveniente.
PODERIA ACABAR AQUI, MAS AINDA NÃO TERMINEI.
Pois bem: ontem (mas poderia ser em outro dia, não lembro bem) uma equipe formada por 6, 5, 4 ou 3 membros, não sei ao certo, apresentou um trabalho a respeito de algum assunto de máxima importância para a PESQUISA QUE NÃO FOI. Precedidos por uma magnífica demonstração de slides sobre alguma cidade ilha sendo reformada por sei lá qual instituto cujos objetivos não lembro, e por uma curadora de um museu em algum lugar no alto da não sei o que, perto de não sei aonde, que utilizou bonecos de pano conhecidos como sei lá que nome, e que leu um manifesto contra a realização historiográfica de Marc Bloch, nosso Senhor (que seu nome seja lembrado para todo o sempre), pois dizia eu, nossa brava equipe de colegas chegou ao supra sumo da pesquisa historiográfica UNICUSSITÁRIA ao proclamar que:
1) 'É um privilégio fazer parte desta equipe de pesquisa, uma oportunidade única';
2) 'Os dados ainda são preliminares, e serão posteriormente ampliados'...
e concluindo com a máxima, recolhida em alguma linha de ônibus, trem ou metrô, enquanto íamos em direção à zona Sul, Norte ou Oeste:
"APÓS MESES DE ÁRDUO TRABALHO, NOITES MAL DORMIDAS E DEDICAÇÃO INCANSÁVEL AO PROJETO, NOSSA PESQUISA CONCLUIU QUE A MIGRAÇÃO EM VOLTA GRANDE FOI REALIZADA POR DIFERENTES PESSOAS, EM DIFERENTES ÉPOCAS E COM DIFERENTES INTENÇÕES"!

sexta-feira, agosto 04, 2006

Chegaram os novos uniformes da Rede Estadual de Ensino - Alunos comemoram

Possível propaganda do governo de Jacú State, enfatizando seus feitos na área da educação.


O governador de Jacú State, também prefeito de Jacú City, senhor LHS, recentemente enviou ao nosso querido colégio do PROFIPO as novas levas de uniforme escolar. Claro que foi recebido com festa pela carente população local, que não vê a hora de fantasiar seus filhos com aquela roupa de palhaço verde-abacate, onde só faltou escrever o número 15 bem grande e as legendas de apoio ao governator. Numa pesquisa em sala hoje, durante a aula de Estágio, 90 por cento dos alunos responderam que como o governo estadual os está fazendo de palhaços, ao interditar seu colégio, modificar seu horário de aula, organizar aulas durante o período entre 12:00 e 15:00 sem direito a intervalo ou merenda, fazendo os professores trabalharem 6 horas seguidas sem pausa, em um colégio emprestado, vindo em ônibus lotados com até 80 alunos em cada um, nada mais justo, em sua opinião, que vestirem-se como palhaços, o que de fato está acontecendo.
Qualidade na educação é isso aí! Vivam os PCNs! Viva a imbecilidade humana! Viva o projeto de educação para todos e os projetos de ensino!

Em destaque: o projeto de uniforme para a rede estadual, em especial para os colégios da periferia interditados pela Vigilância.



Em destaque: transporte escolar é isso aí, ó.



Em destaque: um projeto para a educação catarinense: fodam-se os pobres

quarta-feira, maio 31, 2006

Concurso faça você também parte do Universo Unicú - Crie sua própria placa de aviso aos novos unicússitários





Recentemente e sem aviso, a sede imperial do Universo Unicú conhecida por reitoria, governada pelo supremo chanceler Lord Reitor resolveu melhorar as condições de segurança de nossa amada universidade. A solução natural encontrada por esta augusta instituição educativa foi trancar-nos atrás de umas portas pantográficas, e quem sabe cercar o campus com cerca elétrica e fosso, num futuro próximo.
A gaiolização do universo Unicú já não é de hoje: desde a revolta de 30 de outubro de 2003, contra o aumento das mensalidades (que como sempre não deu em nada, exceto em meter medo na sede imperial) que a nossa renomada instituição educacional vem se preparando para deixar do lado de fora aqueles que não podem pagar por ela: descentralização da cobrança das mensalidades em favor de uma empresa especializada, colocação de câmeras de segurança por todo o campus, vigiando qualquer atividade estudantil não autorizada, segregação de alunos ou estudantes de outras instituições, ao exigir um passe para se entrar na biblioteca universitária, tentativa de cobrança, por parte de empresa terceirizada, do estacionamento em via pública efetuado nas dependências da Unicú.
Como não podíamos deixar de perceber isto, e como meu interesse permanece inalterado, a saber, analisar as peculiaridades culturais de Jacú City, à luz do conhecimento estabelecido pela nossa vivência na Unicú, estamos encampando um movimento cujo objetivo é desenvolver as placas de advertência e avisos que serão pregados ao redor de todo o campus, e que farão parte de nossa estratégia de marketing cujo objetivo é manter os pobres e os ferrados bem longe deste educandário superior.

quarta-feira, maio 10, 2006

Aconteceu na UNICÚ - EREH VIII Sul - Mal entendido religioso?






Tendo acompanhado as discussões em torno da presença de dois integrantes identificados como neonazistas no Encontro Regional dos Estudantes de História, o EREH VIII, realizado pela UNICÚ, e percebendo que ambos os lados tem argumentos convincentes a respeito do caso, é interessante afirmar que pessoalmente acredito que tudo isso não passa de um mal-entendido. Afinal, os estudantes com a suástica no peito não eram nazistas: eram adoradores de Krishna, ou partidários da independência da Ilha de Man, na Grã Bretanha. Apenas foram mal compreendidos. Afinal, a cruz gamada é encontrada em dezenas de culturas, desde a Grécia, Índia, os Astecas, os Hopi, os Celtas, entre outros.
Pelo menos, esta é nossa opinião. Mas se querem uma discussão séria e respeito do que acredito que aconteceu no EREH, aqui vai: primeiro, dois estudantes de história, cuja identidade é dispensável, identificaram-se no encontro como neonazistas, blá, blá, blá. Segundo, estes estudantes foram hostilizados pelos demais participantes, o que causou certo desconforto no grupo. Terceiro, na plenária final, propos-se o afastamento ou a proibição de que pessoas ligadas a grupos extremistas como nazistas e white-power participem destes encontros. Quarto, durante a votação, vários estudantes defenderam a pluralidade de idéias e de opiniões, e o direito delas se manifestarem, e não, como afirmam alguns sensacionalistas sul rio grandenses, os dois estudantes em si. Quinto, devido à repercussão, não tive aula na terça, e isso me deixou muito irritado, e por isso estou escrevendo hoje.
O fato principal parece ser a defesa ou não dos dois ditos extremistas pelos estudantes. Afinal, pega mal defender quem quer que seja, ou mesmo a dar a eles o direito de resposta a qualquer acusação. Afinal de contas, Hitler foi um genocida, um autêntico assassino de massas. Até aí, nada de mais. Mas Mao Tse Tung e Reagan, defendidos por grupos ligados à extrema esquerda e à extrema direita também não foram? Essa é a primeira questão. Se eu me identificasse como maoista, stalinista ou mesmo reaganista, seria proibido de participar do EREH e defender minhas odiosas idéias sobre a supremacia do branco anglo saxão protestante, ou sobre o papel dos Estados Unidos no mundo de hoje, que é levar a democracia do porrete aos povos oprimidos?
A segunda questão refere-se ao direito ou não de proibir estas idéias. A declaração universal dos Direitos do Homem e do Cidadão, da qual o Brasil é signatário, afirma em seu artigo sétimo:

Todos são iguais perante a lei e tem direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos tem direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação
No artigo dezoito, ela é mais enfática ainda:
Todo o homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observâcia, isolada ou coletivamente, em público ou em particular.
Sabem para que servem estes dois artigos? Sabem por que nós achamos que é correto que todos os seres humanos, por mais estranhas que sejam suas crenças, tem o direito de segui-las? Porque ninguém possui o monopólio da verdade. Afinal, a declaração foi uma resposta aos regimes totalitários que destruiram a Europa durante a Segunda Grande Guerra. A declaração deveria nos defender de governos despóticos, organizações que cerceiam nossos direitos.
É claro que, quando a questão é o direito de difundir idéias como consumismo e propriedade, todos são unânimes em defender seu direito. Se por acaso o governo sob o qual vivemos decidisse nos privar destes direitos, não haveria uma reação, embasada na ideologia traduzida na declaração? Também fica claro que, quando as idéias a serem cerceadas em questão pertencem a grupos minoritários ou que defendem ideologias particularmente impopulares, somos unânimes em afirmar que um pouco de censura não faria mal nenhum.
Thomas Jefferson afirmava que o governo que quer defender a ordem retirando um pouco da liberdade, acabará por perder as duas. Isso significa que se queremos salvaguardar nossas conquistas e direitos, teremos que aceitar que existem pessoas a quem chamamos de extremistas que, se pudessem, nos tirariam estes mesmos direitos. Isso também significa que, para nos mantermos coerentes com nossas crenças, somos obrigados a aceitar as crenças dos outros. Sagan afirmava que o melhor remédio contra um argumento falacioso não é a censura, é um argumento melhor. Ampliando um pouco mais esta discussão, poderíamos afirmar que se assegurarmos o direito das pessoas à plena aplicação do artigo vinte seis da Declaração, não precisaremos nos preocupar. Não sabe qual é o artigo vinte e seis? Tudo bem, aí vai
Todo o homem tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnicrofissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos do homem e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz.III) Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada a seus filhos.
Senhores estudantes gaúchos, aqueles que pensam que o Guaíba é um rio, e que Vargas, Goulart e Geisel foram grandes presidentes, ampliem um pouco mais o seu universo de formação. Leiam filosofia, literatura, leis, e não apenas Marx, Lenin e Trotski, notáveis cerceadores de liberdade, caso contrário, poderão realmente converter-se ao nazismo. Ampliem seus horizontes intelectuais e não precisarão se preocupar com o fato de que dois caras defenderam sua ideologia a um grupo pretensamente bem instruído e capaz de tomar suas próprias decisões. Quando se discute liberdade de expressão, significa exatamente isto, e não defesa de regimes totalitários e opiniões controversas. Se não defendermos este direito, e estende-lo a outros, independente de quem sejam, faremos exatamente aquilo que condenamos neles.

terça-feira, abril 18, 2006

Teobaldo vai entregar Itoupava Açú para Schroeder!





Em uma manobra por trás dos bastidores, atentando contra a soberania de Jacú City e sua integridade territorial, o vice-prefeito Teobaldo (o titular é governador de Jacú State) decidiu entregar o bairro de Itoupava Açú (sabe onde é?) ao vizinho município de Schroeder. E ninguém foi às ruas para protestar contra tamanha infâmia! Se sobe a passagem de ônibus, reclamam; se vão fechar a Cipla, reclamam; se aprovam uma lei proibindo o estacionamento em cima da faixa de pedestres, reclamam, porque ninguém protesta contra a entrega de tão rico território aos imperialistas do Itapocu?
A região toda está em disputa desde que Guaramirim e Schroeder se emanciparam de Jacú City, na década de 50. Tecnicamente, Itoupava-Açú seria um pedaço do Vila Nova, caso tivesse alguma estrada pra lá (tem a estrada dos Macaquinhos, mas essa não conta). Não possui linha de ônibus, a luz, a água e o telefone vêm de Schroeder e quem não trabalha por ali mesmo vai até Jaraguá do Sul para buscar o leite das crianças. Com pouco mais de novecentos habitantes, era de se esperar que a região não despertasse nenhum interesse aos políticos locais. Mas então, qual seria o excuso objetivo dos políticos de Schroeder?
O objetivo dos invasores vizinhos do vale do Itapocu é controlar os manaciais de água existentes na região. Por influência do prefeito de Santa Catarina e de Jacú City, o senhor LHS, os prefeitos da região deveriam entrar em um acordo para dividir responsabilidades. O problema maior é que como a água é municipalizada nas regiões, mais recentemente em Jacú City, os mananciais acabarão nas mãos da Casan, aquele ser mítico responsável por dez entre dez buracos nas ruas da região. Assim, sugerimos que a Canarinho, do senhor Bog, faça o transporte; a Casan, dos amiguinhos do governator, fique com a água, e que a prefeitura de Schoereder, que não tem nada a ganhar com isso, pague a conta.

Contra o imperialismo dos povos do vale do Itapocu!

segunda-feira, março 27, 2006

Manual do Usuário do Sistema Integrado de Transporte Coletivo Urbano de Jacú City




Devido aos dezenas de milhares de e-mails e cartas iradas para esta redação, indignados com o fato extremo deste colunista ter se atrevido a andar de Pega Fácil, estamos disponibilizando aos usuários do Outro sistema um manual de sobrevivência.

Unidade Um - Preparativos para esperar a condução

1)Ao acordar, às duas da manhã, você toma café, se arruma e vai esperar o zarco no ponto mais próximo. Após quinze minutos de espera, você dispara esta para o coitado que está ao seu lado:

a) Esta merda de ônibus sempre demora assim, é?
b) Sabe aonde têm algum ponto de moto-taxi?
c) Juro que este ano ainda eu começo o consórcio de uma Titan.

2) Às seis horas da tarde o Paranaguamirim via Rio Velho passa em seu ponto e não para. Atrás dele, vêm o micro-ônibus que faz a linha do Morro do Amaral, socado até não poder mais. Ao chegar ao terminal do Itaum, você vai:

a) Ao banheiro vomitar.
b) A cabine do porteiro, que não tem nada a ver com a história, reclamar.
c) Correr pra não perder o João Ramalho, que é o último, e depois só 9 horas.

3) Ao chegar no ponto, o ônibus já está apontando lá na rua quando você percebe que esqueceu de desligar o secador de cabelos da tomada. O que você diz pro motorista?

a) Segura um pouquinho que eu vou ali no bar trocar esta nota de 50 e já volto;
b) Bom dia, dá pra esperar um pouquinho enquanto eu vou lá em casa desligar o secador de cabelos?
c) Se não esperar, eu te entrego.

4) Uma velhinha de oitenta anos pede a sua ajuda para carregar o rancho do mês, já que ela não paga passagem e pode comprar tudo lá no Angeloni. Você:

a) Entra com as compras da velhinha pela porta de trás, e já fica por ali.
b) Desculpa-se com ela, mas seu ônibus é o outro, que vai pro lado oposto da cidade.
c) Manda a velha se catar, deixar de ser Jacú e passar a comprar no seu bairro, em vez de ficar passeando de ônibus pela cidade, sobrecarregando as empresas de transporte coletivo e o bolso do usuário pagante.

Unidade Dois - Durante a viagem

1) Um senhor de cerca de noventa anos, cego, surdo, mudo, paralítico e esclerosado entra no ônibus, e o único banco vago para portadores de necessidades especiais é aquele que você ocupa. Você:

a) Vira pro lado, começa a roncar e até baba.
b) Tira um livro da mala e finge que lê até o final da viagem.
c) Começa a discutir com os outros passageiros sobre a palavra preferencial, que designa o seu assento, e convece a todos que a preferência é sempre de quem chega primeiro.

2) O ônibus está abarrotado até o teto, e você está sentado lá na frente, precisando descer no próximo ponto. Você:

a) Fala com o motorista, solta dois real na mão dele e desce pela frente mesmo.
b) Passa a catraca, empurra meio mundo e vai dizendo: vamo dá um passinho pra trás, por favor...
c) Desce quando o ônibus voltar, já que ele é circular.

3) Seis horas da tarde, terminal do centro, nada de aparecer o Tupy Norte que vai levá-lo para a Unicú. O que parecia ser uma espera solitária torna-se um inferno quando umas duzentas pessoas esperam pela mesma condução. Como conseguir um lugar DENTRO do ônibus?

a) Abre os braços e fica acompanhando o movimento do ônibus, enquanto o FDP do motorista manobra;
b) Mete a mãozona no corrimão e já vai entrando, sem esperar pela descida dos demais passageiros;
c) Não entra e pega o Linha Direta que para logo atrás, e ainda por cima não avisa ninguém, que é pra esse povo parar de ser jacú.

4) Lugar de bilhete usado é:

a) Na janela.
b) No chão.
c) Em casa, sou colecionador.

5) Qual destes itens é proibido consumir dentro de um ônibus lotado?

a) Tangerina.
b) Sorvetão Americano.
c) Biluzitos.

6) Qual o pior horário para se utilizar do sitema de transporte coletivo, devido à sua precariedade?

a) Entre 1 hora e 4 horas da manhã.
b) Entre 4 horas da manhã e meia noite.
c) Ambas as alternativas estão corretas.

7) Quem deveria pagar pelo passe livre dos estudantes? (essa é pro MJD)

a) O Bogo e o Harger (há, há, há...).
b) A prefeitura Municipal, em parceria com o governo Estadual e a União (há, há, há...).
c) Se é livre, porque pagar?

Esperamos que este singelo questionário tenha resolvido suas dúvidas mais freqüentes sobre o Sistema Integrado de Transporte Coletivo Urbano de Joinville. Em breve, teremos um manual de sobrevivência do ciclista, se o demolidor da moral deixar de ser vadio e escreve-lo.

terça-feira, março 21, 2006

Eu andei de Pega Fácil!




Nesta semana, enquanto resolvia meus problemas estagiais (vide verbete Iara), passando pela avenida JK (aquele da Globo), no centro de Jacú City, já próximo ao ponto onde aguardaria minha tão sonhada condução, que me levaria ao mundo de conhecimento e informação da zona Norte, a Unicú, percebi a aproximação sorrateira de um veículo de tranporte seletivo: o Pega Fácil. Inconscientemente, ergui a mão direita, e qual não foi minha suspresa ao ver o ônibus parar ao meu lado e abrir a porta!
Emocionado, adentrei nos degraus que me separariam definitivamente daquela metade da humanidade que utiliza-se de transporte coletivo convencional, apertado, quente e demorado, e me vi num ônibus vazio, com som ambiente, ar condicionado, umas poltronas vagas e até cortinas. Era o início de uma viagem sem volta rumo ao mundo dos Jacús, do qual orgulhosamente faço parte agora, como membro honorário da confraria que utiliza-se do sistema seletivo.
O que mais chama a atenção dentro do Pega Fácil é a ausência de linhas cortando os bairros ditos periféricos de Jacú City: não existe nenhum zarco ligando o Panagua ao Espinheiros ou o Itinga ao Morro do Meio, por exemplo. Apenas alguns bairros habitados pela classe média jacutiana têm acesso a tão singular serviço de transporte. A estes, ouvintes e admiradores de Beto Gebailli, destina-se esta maravilha do sistema de trasporte de Jacú City. Isto comprova a minha tese de que a cidade precisaria de dois museus de Imigração para contar a história de sua gente: um, o museu Nacional de Imigração e Colonização, onde se veria tudo aquilo que se relaciona com a história dos usuários do transporte seletivo; o segundo, o MIP, destinado àqueles que utilizam-se do sistema convencional, incluindo-se aqui o Linha Direta seis horas da manhã e as barras circulares.
Outra característica admirável de tal empreendimento dos transportes é a ausência de locais de paradas específicos, onde se aglomerariam os espectantes usuários do sistema. Vale lembrar que ponto de parada com aglomeração só para aqueles que esperam os velhos fretamentos que ligam a esquina de sua rua ao seu local de trabalho. Qyem utiliza o pega Fácil não quer ser confundido com quem espera o fretamento da Embraco às duas da manhã, encostado no poste da esquina com mais uns quinze camaradas.
Por fim, vale lembrar que o valor da tarifa não é tão alto assim, apenas 2,40, o mesmo preço da passagem embarcada de quem utiliza-se do sistema convencional. Assim, você Jacú, que todo santo dia esquece de comprar a passagem antes de adentrar no ônibus, poderia utilizar o transporte seletivo, andar com seus semelhantes, e viver, assim como eu, um dia junto à metade superior da humanidade, nem que seja dentro do ônibus.

segunda-feira, março 13, 2006

Afinal de contas, o que faz de um Jacú, jacú?


Recentemente, a imprensa brasileira buzinou acerca do episódio envolvendo um general brasileiro, Francisco Albuquerque, acusado de utilizar o seu 'cargo' para evitar a decolagem de um jato da TAM, retirar um casal de passageiros do avião e embarcar em seu lugar. Muito foi dito sobre o assunto: que o general utilizou de sua pretensa autoridade para conseguir favores da empresa aérea, que a empresa aérea errou ao ceder à pressão do mesmo, que este tipo de atitude é típica dos tempos ditatoriais, e não têm lugar em um país democrático e civilizado como o Brasil. Estou certo? Errado! O general agiu como um defensor da cultura Jacú; ele não foi prepotente, foi Jacú; não utilizou de pressão espúria para conseguir o que queria, mas antes agiu conforme a milenar cultura Jacú, que permeeia toda a existência de um verdadeiro cidadão de Jacú City.
Por isso, esta publicação defende que o senhor general seja declarado Cidadão Honorário de Jacú City. Aqui em nossa amada cidade, ele se sentiria em casa. Ao demonstrar toda o seu comprometimento com a defesa dos valores e da cultura Jacú, Francisco Albuquerque fez juz à sua indicação a tão meritório título.
Um verdadeiro Jacú nunca pensa nos outros, ou na consequência de seus atos, e nisto o general demonstrou ser perito. Um verdadeiro Jacú é imediatista, não respeita horários, não subordina-se a regras, não considera nada ou ninguém que não seja ele mesmo ou seus próximos. Um verdadeiro Jacú não sabe que o mundo mudou, considera-se a metade superior da humanidade, a quem nada é proibido e tudo é permitido. Além do mais, um verdadeiro Jacú jamais deixaria que um simples probleminha atrapalhasse sua vontade única e soberana: sempre dá-se um jeito. O verdadeiro Jacú leva vantagem em tudo, ainda que para isso tenha que subverter a lei e a ordem, tenha que roubar, mentir, matar, enganar. Um verdadeiro Jacú não aceita que existam outras pessoas no mundo, com direitos que cerceiam os seus, pois ele é o centro do mesmo e não pode admitir limites. Por fim, o verdadeiro Jacú é produto de quatro décadas de crise de valores, onde a lei ou a autoridade são vergonhosas para aquele que a exerce.
Num mundo onde todo e qualquer valor tradicional perde o sentido, é estranho que as pessoas sintam-se atingidas quando um destes valores é transgredido por alguém. Derrubamos todos os limites, em nome da liberadade, mas descobrimos que esta liberdade não nos trouxe mais felicidade. Vivemos com medo, porque permitimos que aqueles que transgridem as regras de convivência andem impunemente. E fazemos isto em nome de uma liberdade que parece só existir para os jacús.

sábado, janeiro 14, 2006

O que seu vereador andou fazendo ano passado?


Como a falta do que fazer anda me afligindo, resolvi, apenas por curiosidade, dar uma visitadinha o endereço eletrônico da Câmara de Vereadores de Jacu City. Nosso interesse: simples, queríamos saber o que nossos representantes estiveram fazendo ano passado. Aqui estão apenas os projetos apresentados que mais chamaram a atenção devido à sua incrível relevância para a vida jacutiana.


Situação: Aprovado
Autor: Vereador Carmelina Alves Filha Barjona - PP .
Trâmite: 29/11/2005
Ementa Dispõe sobre bíblias em braile e/ou em gravações na Biblioteca Pública Municipal e Bibliotecas Escolares.

Art. 1º A Biblioteca Pública Municipal e bibliotecas escolares deverão disponibilizar Bíblias Sagradas em braille ou em gravação em CD e K7 para os deficientes visuais.
Art. 2º As Bíblias Sagradas em braille estarão em local de fácil acesso dentro das bibliotecas, se possível, em locais adapatados para esse tipo de leitura.
Art. 3º O Executivo regulamentará a presente lei, no prazo de 60 (sessenta) dias, contadas a partir da data de sua publicação.
Art. 4º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Pergunta: Porque exatamente Bíblias Sagradas em Braile? Porque não livros interessantes como O que é História? e O Príncipe? Deve ter vindo da bancada evangélica, que acha que os deficientes visuais vão conseguir ir até a biblioteca (não porque lhes falte capacidade, mas pela incrível falte de condições das calçadas, vias públicas e meios de transporte para eles) para ler a Bíblia e louvar o senhor. com o perdão do trocadilho, na situação da biblioteca Pública só cego pode ir até lá e ler.

Autor: VereadorJosé Cardozo - PPS .
Trâmite: 07/04/2005
Ementa Dispõe sobre a pintura de faixa amarela 50 metros antes de todo radar eletrônico, lombadas eletrônicas e "pardais" no Município de Joinville.

Esta serve para avisar os filhinhos de papai em seus Golfs, Tempras e Audis tunados onde devem frear para não ganharem mais uma fotinho por trás do carro via correio. Jacu não lê as placas de aviso?

Situação: Parecer Autor: VereadorJosé Cardozo - PPS .

Trâmite: 14/04/2005
Ementa Dispõe sobre a regulamentação do estacionamento de veículos de transporte escolar defronte às escolas.

Texto A Câmara de Vereadores de Joinville aprovou e eu sanciono a presente Lei.

Art. 1 º . Serão reservadas vagas exclusivas de estacionamento destinadas a veículos de transporte escolar defronte às escolas nas horas de entrada e saída dos estudantes, ficando livre o estacionamento nos demais horários
Art. 2 º . Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Essa me deixou indignado: querem acabar com uma instituição jacutiana legítima, a fila dupla de estacionamento na frente do Santos Anjos e do Bom Jesus. O artigo terceiro deveria constar: Autorizamos o uso de força excessiva por parte dos motoristas de ônibus caso algum perueiro esteja parado em frente ao colégio atrapalhando o bom fluxo da Princesa Isabel e da JK.

Situação: Aprovado
Autor: VereadorMarcos Aurélio Fernandes - PT .
Trâmite: 29/11/2005
Ementa Institui o Programa "Poesia no Ônibus" e dá outras providências.
Texto Art. 1º Fica instituído o Programa “Poesia no Ônibus”, no Município de Joinville.
Art. 2º O Programa “Poesia no Ônibus” compreenderá a divulgação de poemas, através de sua veiculação no sistema de transporte coletivo da cidade.
Art. 3º O Programa “Poesia no Ônibus” poderá realizar concurso público anual para seleção dos poemas, no 1º trimestre de cada ano.
§ 1º O concurso público de que trata o caput deste artigo terá regulamentação própria.
§ 2º Para implementar o programa instituído por esta lei, o Poder Executivo buscará a ação integrada de todas as secretarias municipais, cujas competências estejam afetas aos objetivos do programa, bem como garantirão a participação de representantes da área cultural, escolas, universidades e da sociedade civil na definição de poemas a serem divulgados.
§ 3º Fica reservado ao Executivo Municipal o direito de veicular poemas, inéditos ou não, de autores já consagrados.
§ 4º Para implantar o programa, poderá o Executivo Municipal:
I – utilizar recursos próprios ou celebrar termos de convênio ou cooperação com a iniciativa privada, obedecidas as exigências legais pertinentes;
II – promover intercâmbio com outras instituições que desenvolvem programas similares.

O eminente vereador Marco Aurélio nunca andou de ônibus: em primeiro lugar, Jacú não lê nem manual de instruções de instalação de parabólica, quanto mais poesia. Em segundo lugar, já viu a quantidade de gente por metro quadrado que se expreme no Bom Retiro a partir das 18 horas, sem contar os dezenas de alimentadores espalhados pelos terminais; como é que eu vou enxergar a poesia grudada na porta se a prioridade é sobreviver até o ponto final? O projeto deveria ser modificado para: Poesia no Ponto: como o zarco demora muito em determinadas regiões da cidade, o jacú pode aumentar seu nível de Cultura lendo poesias enquanto espera sua condução.

Situação: Parecer
Autor: VereadorJosé Cardozo - PPS .
Trâmite: 23/06/2005
Ementa Institui o uso obrigatório de coletes a prova de bala para trabalhadores da área de vigilância que utilizam armas de fogo. Texto PROJETO DE LEI N º /2005

„Institui o uso obrigatório de coletes a prova de bala para trabalhadores da área de vigilância que utilizam armas de fogo“

A Câmara de Vereadores de Joinville aprovou e eu sanciono a presente Lei.
Art. 1 º . Art. 1º Institui para o município de Joinville, o uso obrigatório de colete a prova de bala para trabalhadores da área de vigilância que utilizam armas de fogo em sua atividade laboral.
Art. 2 º . O colete a prova de bala deve seguir a Norma NIJ 0101.3, oriunda de fabricante registrado pelo Exército.Parágrafo único : As despesas decorrentes da aquisição dos referidos coletes deverão ser custeados pelas empresas.
Art. 3 º . Ao empregador infrator do artigo 1º da presente lei, será aplicada multa de 10 UPM, dobrando em caso de reincidência, e concedido prazo de 30 dias para a sua regularização.
Parágrafo único : No caso de persistência da situação de irregularidade, ultrapassado o prazo legal, a empresa de vigilância será interditada.
Art. 4º. Essa lei entra em vigor na data da sua aprovação.

Nada de errado com essa lei,mas o único que não vai gostar é o negão: terno, gravata, colete à prova de balas e um procurador filho da puta? É demais.

Situação: Parecer
Autor: VereadorDarci de Matos .
Trâmite: 01/07/2005
Ementa Dispõe sobre a proibição de veicular propagandas e material pornográfico em publicações e periódicos no Município de Joinville, e dá outras providências.

Outra da bancada evangélica; só falta proibir a Playboy.

Situação: Parecer
Autor: VereadorJosé Cardozo - PPS .
Trâmite: 03/08/2005

Institui Obrigatoriedade da Instalação de Telefones para Portadores de Deficiência Auditiva nos Shoppings, Hospitais, Terminais de ônibus Urbanos e Órgãos Públicos Municipais.


Telefone significa ouvir à distância. O que é um telefone para deficientes auditivos?

Situação: Parecer
Autor: VereadorAdilson Mariano - PT .
Trâmite: 03/08/2005

Ementa Dispõe sobre a obrigatoriedade da Prefeitura de Joinville em identificar quem foram os cidadãos, e qual o significado das datas ou expressões que dão nome às ruas, praças, escolas e demais monumentos e prédios públicos de Joinville.

Essa é boa: imagina a descrição escrita embaixo da placa da rua: "Cabo eleitoral do prefeito Luís Gomes" ou "Ator da rede Globo".

Situação: Entrada
Autor: VereadorMarco Aurélio Marcucci - PSDB .
Trâmite: 09/11/2005

Ementa Institui a "Semana Municipal do Acadêmico Universitário".

Sem comentários.

Situação: Parecer
Autor: VereadorMarco Aurélio Marcucci - PSDB .
Trâmite: 07/12/2005
Ementa Disciplina a circulação de veículos de tração animal no Município de Joinville e dá outras providências.
Texto Art. 1º - Fica disciplinada a circulação de veículos de tração animal, no âmbito do Município de Joinville.
§ 1º - Para os fins desta Lei, são considerados veículos de tração animal qualquer meio de transporte de carga (carroças e similares).
Art. 2º - Fica proibido o emprego e circulação de veículos de tração animal, a condução de animais com carga e o trânsito montado, independente de carga, nos seguintes locais existentes no Município de Joinville:
I – no perímetro urbano centralIII – em toda área definida por regulamento como via de trânsito que possa oferecer perigo de acidente;
§ 1º - Ficam excluídos da proibição contida no ‘’caput ’’ deste artigo o emprego de animais pelo Exército Brasileiro, Corpo de Bombeiros e pala Policia Militar de Joinville, em qualquer situação, e o uso de animais em exposição e em atividades desportivas, cívicas, religiosas ou de lazer e diversão públicas, organizadas por associações próprias devidamente legalizadas.
Art. 3º - Fica proibido o uso de chicotes, aguilhão ou qualquer tipo de instrumento que possa causar sofrimento ou dor ao animal, independente de estar em área regulamentada por lei, podendo ser apreendido nesses casos ou na hipótese do animal estar em visível má condição de saúde.
Art. 4º - A guarda do veículo e animal quando apreendidos são de responsabilidade da Companhia de Desenvolvimento Urbanização de Joinville – Conurb e da Polícia Militar quando possuir segmento de cavalaria.
Parágrafo único – Fica a guarda municipal, os fiscais municipais e a Polícia Militar responsáveis pelo transporte do veículo até o pátio de Companhia de Desenvolvimento e Urbanização de Joinville – Conurb ou à cavalaria da Polícia Militar.
Art. 5º - Os animais apreendidos em virtude do disposto nesta Lei poderão sofrer qualquer das destinações previstas no artigo 8° da Lei Complementar 149/2003, de 21 de novembro de 2003, à critério do órgão responsável,inclusive doação a Polícia Militar em caso de não reclamações pelo infrator em 90 dias da data da autuação
§ 1° - Quando o órgão responsável decidir pelo leilão do animal, só poderá fazê-lo em região do Município, com características rurais, devendo o comprador comprometer-se a manter o animal nas condições estabelecidas nesta Lei.
Art. 6º - As infrações aos preceitos desta Lei serão punidas com as seguintes penalidades
I – apreensão provisória do veículo e animal;
II – apreensão definitiva do veículo e animal;

Caralho, o Marcussi é campeão. Desde quando existem carroças em Jacu City ( e olha que não estou contado os Chevettes e Fuscas da vida). No Profipo têm, no Cubatão, no Itinga, no Edilene, no Adhemar, no Paraíso, no Morro do Meio, no Panagua, em Pira City, até mesmo na Comasa, no Espinheiros, no Nova Brasília e no Vila Nova podem existir carroças, mas em Jacu City não. Tração animal conta como aqueles carroceiros catadores de detritos recicláveis que passeiam na Nove de Março e na João Colin, na frente dos turistas? Neste caso, o vereador acertou em cheio o verdadeiro alvo de sua ira. Quanto aos bicinhos de verdade, o que diabos quer dizer 'Maus tratos ao animal'? Qual deles escolheu por livre e expontânea vontade puxar carroças e carregar os outros nas costas?


Resposta: eu, você e todos aqueles que votaram para vereador alguma vez na vida.

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Porque os donos de empresas de transporte coletivo urbano não pagam passagem no ônibus?




Saiu no Jacú Notícia: "As empresas de transporte coletivo de Jacú City - Girion e Transtudo - pediram reajuste de 14,5% na passagem de ônibus urbano. O que significaria a tarifa passar de R$ 1,85 para R$ 2,12. Preliminarmente, a prefeitura rejeita a proposta. Analisa a planilha de custos em janeiro. Historicamente, os aumentos costumavam ocorrer entre o Natal e o Ano Novo". Caralho, a passagem nao vai subir? Era só o que faltava! Não vai ter quebra pau que nem o de Recife e o de Goiania em Jacu City por causa do aumento da tarifa? Se ela não aumentar (o que é pouco provável), como vamos arrigimentar os estudantes da Unicú, todos em trabalho de Campo em Jacú Beach (menos o Negão que é pobre e foi pro Ervino) para demonstrarem nas ruas sua frustração pelo reajuste?
Senhor Teobaldo, a passagem têm que aumetar, e já! Faça algo antes que os unicúsitários voltem da praia. A planilha que prova por A+B que a coisa tá feia pras empresas pode ser acessada no link abaixo:
Se alguém se deu ao trabalho de ler esta porcariada matemática (contabilística), vai ver que:
Nós pagamos pelos ônibus velhos em valor atual (tabela a);
O valor dos salários dos motoristas e demais funcionários é tão ridículo que não sei porque colocam na planilha; o salário do motorista é 825 reais, mas nas negociações sindicais consta o valor de 1.175,00...
Estamos pagando pela demissão de mais de 400 funcionários, em troca daquela porra amarela que só dá problema;
Estamos pagando por problemas decorrentes com câmaras de ar e pneus danificados pela operação dos veículos, que sempre (sempre) são cobrados do pobre coitado que o estragou;
Estamos pagando pelo envelhecimento dos veículos, o que significa mais manutenção; assim sendo, quanto mais ônibus velhos e desconfortáveis rodam, mais nós pagamos e menos recebemos em troca, já que as empresas não renovam a frota e consequentemente só lucram com isso (além de cobrarem os ônibus como novos na planilha);
O custo de toda a planilha mostra que um passageiro deveria pagar 1,86 reais por passagem para que o sistema de transporte torne-se viável; se a passagem hoje custa 1,85, as empresas estão no vermelho (coitadinhas) e mantém o sistema funcionando mesmo com o prejuízo, porque são altruistas e se preocupam com o bem estar dos habitantes de Jacú City;
Nos últimos três anos as empresas só tiveram quedas: queda na qualidade do serviço ( se o serviço fosse bom, os donos das empresas e a diretoria em geral iria de ônibus pra garagem, já que eles não pagam passagem), nos lucros operacionais, no número de passageiros, no número de funcionários, mas a frota cresceu e nunca existiram tantas linhas de ônibus (em compensação os horários diminuíram); Como é possível este milagre? Quem está pagando a conta, já que o sistema não se sustenta por si só?
E por fim: se esta porra de negócio só dá prejuízo, incomodação e dor de cabeça, PORQUE nossos amados empresários do setor de transporte não desistem e dão lugar a outros pobres e inocentes proprietário de empresas de ônibus? Simples: eles teriam que pagar passagem quando andassem de ônibus.