segunda-feira, março 13, 2006

Afinal de contas, o que faz de um Jacú, jacú?


Recentemente, a imprensa brasileira buzinou acerca do episódio envolvendo um general brasileiro, Francisco Albuquerque, acusado de utilizar o seu 'cargo' para evitar a decolagem de um jato da TAM, retirar um casal de passageiros do avião e embarcar em seu lugar. Muito foi dito sobre o assunto: que o general utilizou de sua pretensa autoridade para conseguir favores da empresa aérea, que a empresa aérea errou ao ceder à pressão do mesmo, que este tipo de atitude é típica dos tempos ditatoriais, e não têm lugar em um país democrático e civilizado como o Brasil. Estou certo? Errado! O general agiu como um defensor da cultura Jacú; ele não foi prepotente, foi Jacú; não utilizou de pressão espúria para conseguir o que queria, mas antes agiu conforme a milenar cultura Jacú, que permeeia toda a existência de um verdadeiro cidadão de Jacú City.
Por isso, esta publicação defende que o senhor general seja declarado Cidadão Honorário de Jacú City. Aqui em nossa amada cidade, ele se sentiria em casa. Ao demonstrar toda o seu comprometimento com a defesa dos valores e da cultura Jacú, Francisco Albuquerque fez juz à sua indicação a tão meritório título.
Um verdadeiro Jacú nunca pensa nos outros, ou na consequência de seus atos, e nisto o general demonstrou ser perito. Um verdadeiro Jacú é imediatista, não respeita horários, não subordina-se a regras, não considera nada ou ninguém que não seja ele mesmo ou seus próximos. Um verdadeiro Jacú não sabe que o mundo mudou, considera-se a metade superior da humanidade, a quem nada é proibido e tudo é permitido. Além do mais, um verdadeiro Jacú jamais deixaria que um simples probleminha atrapalhasse sua vontade única e soberana: sempre dá-se um jeito. O verdadeiro Jacú leva vantagem em tudo, ainda que para isso tenha que subverter a lei e a ordem, tenha que roubar, mentir, matar, enganar. Um verdadeiro Jacú não aceita que existam outras pessoas no mundo, com direitos que cerceiam os seus, pois ele é o centro do mesmo e não pode admitir limites. Por fim, o verdadeiro Jacú é produto de quatro décadas de crise de valores, onde a lei ou a autoridade são vergonhosas para aquele que a exerce.
Num mundo onde todo e qualquer valor tradicional perde o sentido, é estranho que as pessoas sintam-se atingidas quando um destes valores é transgredido por alguém. Derrubamos todos os limites, em nome da liberadade, mas descobrimos que esta liberdade não nos trouxe mais felicidade. Vivemos com medo, porque permitimos que aqueles que transgridem as regras de convivência andem impunemente. E fazemos isto em nome de uma liberdade que parece só existir para os jacús.

1 comentário:

Anónimo disse...

meu cara, isso é um bom assunto a se discutir afinal o que faz de um jacú, um cidadão superior.