quarta-feira, outubro 18, 2006

UNICÚ em ação: Universo Unicú e a pesquisa que não foi


O Universo Unicú cada dia mais se mostra em sua magnificência múltipla do conhecimento. Depois do resiliente, do hiperativo introspectivo e da máxima 'Pelo amor de Deus, eu não sou um professor, eu sou um cientista; eu não sei dar aula', surgem agora as primeiras impressões da grandiosa pesquisa feita em conjunto com toda a classe acerca de uma localidade em algum lugar de Jacú State, cujo nome poderia ser Fazenda Pernilongo, onde existe uma indústria que poderia fabricar artigos derivados da madeira e cuja facinante proposta inicial a estes acadêmicos unicussitários consistia em criar para esta localidade um estabelecimento depositário da história, a que poderíamos chamar de Estabelecimento Depositário da História.
Lá na fazenda Pernilongo, nossos bravos pesquisadores são acessorados por pessoas ligadas a dita empresa que poderia fabricar artigos derivados da madeira, que levou cerca de três meses para aprovar o projeto e outros dois para agilizar sua parte na proposta de pesquisa. O que era para ser feito em julho e agosto está sendo feito em setembro e outubro. E o que era para ser uma pesquisa que aprofundasse os conhecimentos dos unicussitários acerca do que é ser pesquisador transformou-se num instrumento de cobrança daqueles que se propuseram a fazer média com a empresa que poderia fabricar artigos derivados da madeira, pois um fracasso em sua proposta significaria perda de influência e de outros valores tão prezados no Universo UNICÚ, como vaidade e luta pelo poder intelectual.
No meio desta luta entre o que era para ser feito e o que será feito, o que tínhamos em mente e o que vai sair no final das contas, quem sai perdendo?
A empresa que poderia fabricar artigos derivados da madeira?
O povo de Fazenda Pernilongo, que não terá um Estabelecimento depositário da História à altura de suas aspirações?
Os cientistas, técnicos ou outros títulos que se colocam antes do nome próprio, e que indicam o grau de instrução do cidadão?
Oa unicussitários, que apresentarão mais um trabalho feito nas coxas, enrolando apenas para ganhar uma nota ao final, e poder se ver livre desta carga de cobranças sem contrapartida e da sensação de que, no final das contas, tudo ficou uma merda?
Cada um dá a resposta que for mais conveniente.
PODERIA ACABAR AQUI, MAS AINDA NÃO TERMINEI.
Pois bem: ontem (mas poderia ser em outro dia, não lembro bem) uma equipe formada por 6, 5, 4 ou 3 membros, não sei ao certo, apresentou um trabalho a respeito de algum assunto de máxima importância para a PESQUISA QUE NÃO FOI. Precedidos por uma magnífica demonstração de slides sobre alguma cidade ilha sendo reformada por sei lá qual instituto cujos objetivos não lembro, e por uma curadora de um museu em algum lugar no alto da não sei o que, perto de não sei aonde, que utilizou bonecos de pano conhecidos como sei lá que nome, e que leu um manifesto contra a realização historiográfica de Marc Bloch, nosso Senhor (que seu nome seja lembrado para todo o sempre), pois dizia eu, nossa brava equipe de colegas chegou ao supra sumo da pesquisa historiográfica UNICUSSITÁRIA ao proclamar que:
1) 'É um privilégio fazer parte desta equipe de pesquisa, uma oportunidade única';
2) 'Os dados ainda são preliminares, e serão posteriormente ampliados'...
e concluindo com a máxima, recolhida em alguma linha de ônibus, trem ou metrô, enquanto íamos em direção à zona Sul, Norte ou Oeste:
"APÓS MESES DE ÁRDUO TRABALHO, NOITES MAL DORMIDAS E DEDICAÇÃO INCANSÁVEL AO PROJETO, NOSSA PESQUISA CONCLUIU QUE A MIGRAÇÃO EM VOLTA GRANDE FOI REALIZADA POR DIFERENTES PESSOAS, EM DIFERENTES ÉPOCAS E COM DIFERENTES INTENÇÕES"!

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